30 de jun. de 2016

Compulsão Alimentar

A compulsão alimentar está relacionada com as dificuldades de emagrecer e manter o peso.

Nesse vídeo conversamos sobre o que é a compulsão, formas de tratamento e implicações no processo de emagrecimento,
   
   


24 de mai. de 2016

COMO LIDAR COM AS RECAÍDAS



Quem nunca fez dieta e acabou “perdendo a cabeça” diante de uma mesa de doces?

E quem nunca prometeu que faria um mês de alimentação saudável, mas esqueceu da promessa no primeiro happy hour de sexta-feira à noite?

Quem nunca jurou ficar longe do chocolate por uma semana e caiu em tentação depois de um momento de estresse?

Situações como essas são muito comuns durante a reeducação alimentar, por isso não devem ser encaradas como sinal de fracasso e muito menos como motivo para desistir.

Assista nosso vídeo e descubra como lidar com aproveitar as recaídas para se conhecer melhor e ter mais sucesso no processo de emagrecimento.


                                                               

16 de mai. de 2016

A ANSIEDADE FAZ VOCÊ COMER DEMAIS?



Assista nosso bate papo no facebook e entenda um pouco mais sobre a relação entre ansiedade e ganho de peso.

                                               






4 de abr. de 2016

FOME EMOCIONAL

Uma das maiores dificuldades de quem está tentando emagrecer é diferenciar as sensações de fome e de vontade de comer.

A fome aparece quando o nosso organismo precisa da energia para sobreviver. Quando ela chega podemos sentir tonturas, fraqueza e o estômago “roncando”. A fome é uma necessidade que precisa ser atendida.



A vontade de comer vem do nosso desejo por algum alimento, provavelmente porque ele nos trará prazer. Podemos descobrir se estamos com fome ou com vontade de comer ao observarmos se estamos escolhendo um tipo de alimento. Quando temos fome, comemos qualquer coisa, até mesmo aquele alimento que não gostamos muito. Já quando estamos com vontade de comer, buscamos um alimento específico.

Quando estamos com fome e comemos, ficamos satisfeitos. Quando a gente come e o desconforto não vai embora, aquilo que estávamos sentindo não era fome. Quando estamos com desejo por algum tipo de alimento e comemos, nos sentimos satisfeitos. Se a satisfação não aparece, aquele “desejo” não era vontade de comer. O que poderia ser, então? Fome emocional?

A fome emocional é aquela sensação parecida com a da fome ou da vontade de comer, mas que está relacionada com uma necessidade psicológica. Mas, por que confundimos essas sensações?
As nossas emoções produzem sensações corporais que podem ser muito parecidas com aquelas que experimentamos no aparelho digestivo: quando sentimos raiva, nosso lado instintivo tenciona as mandíbulas se preparando para morder. Quando estamos angustiados, sentimos um nó na garganta. Quando ficamos ansiosos, precisamos nos movimentar. Quando ficamos com medo, sentimos o estômago revirar.

Se não somos treinados a identificar essas sensações corporais, acabamos confundindo todas elas com a fome e buscamos a comida, ao invés de dar ao nosso corpo o que ele realmente precisa. Esse comportamento acaba sendo reforçado porque comer libera, parcialmente, a tensão que sentimos: ao mastigar um punhado de amendoins, relaxamos o maxilar tenso de raiva. Ao engolir uma fatia de pizza, relaxamos aquele nó na garganta, aquele “sapo entalado” da nossa angústia. Ao levantar do sofá e ir até a cozinha diversas vezes, movimentamos o corpo ansioso. E assim, criamos uma solução momentânea para o desconforto relacionado àquelas emoções.

Além disso, a comida também pode se tornar o símbolo de uma solução para algum conflito existencial. Como a psique fala através de metáforas, corremos o risco de interpretar de maneira concreta uma necessidade que é emocional.

Se ficamos entediados e nossa vida está sem objetivos, podemos confundir o vazio de sentido com o vazio do estômago. Se estamos tristes, podemos buscar a alegria em um chocolate, já que desde pequenos associamos doces a momentos festivos. Se nos sentimos presos, sufocados, podemos quebrar a dieta como uma forma de nos sentirmos livres. E por aí vai.

Fazendo isso, uma pessoa pode usar a comida na tentativa de se sentir melhor em relação aos conflitos emocionais, mas como não atende a necessidade real do organismo, a sensação de desconforto não vai embora. Sem saber o que fazer, podemos seguir comendo o tempo todo sem entender por quê.


A saída está no autoconhecimento. Desenvolver consciência corporal e autoconhecimento é muito importante para quem quer emagrecer. Só assim a gente pode escutar o nosso corpo, entender o que ele está pedindo e dar ao nosso organismo o que ele realmente precisa. Assim a gente fica satisfeito de verdade.

Saiba mais: 

8 de mai. de 2014

Ansiedade e ganho de peso


A ansiedade é uma reação natural do nosso organismo diante de situações ameaçadoras. Ela é a responsável por preparar o nosso organismo para lutar ou fugir do perigo e por isso sentimos a respiração acelerada, ficamos mais atentos com pensamento rápido e uma vontade imensa de se mexer: estamos em estado de alerta máximo!

A ansiedade gera uma tensão que precisa ser aliviada, mas muitas vezes não podemos agir e toda essa tensão acumulada faz com que a gente se sinta muito mal. E é nesse momento que muita gente COME COMPULSIVAMENTE.

Comer é uma forma de lidar com a ansiedade pois ao comer podemos dar vazão àquela necessidade de ação. Às vezes, não podemos falar o que pensamos, não podemos brigar com alguém e nem mudar uma situação, mas podemos comer. E ao mastigar, engolir e fazer a digestão damos ao nosso corpo o movimento que ele estava precisando. Nesse momento, conseguimos também FUGIR das sensações ruins que estávamos sentindo.

Porém, como o conflito não deixou de existir, ao invés de melhorar acabamos AUMENTANDO a sensação de ansiedade. E se não conseguirmos lidar com isso, entraremos em um ciclo vicioso aonde a comida, que inicialmente era uma forma de nos acalmar, acaba virando o maior transtorno da nosso vida.

Uma boa experiência para esse momento é buscar quebrar o ciclo do impulso que vira ação sem a reflexão. Para isso, quando um desejo aparecer, se proponha a esperar antes de reagir. Deu vontade de comer? Espere 30 minutos e nesse tempo tente ficar com você mesmo, observando quais são as sensações do seu corpo, que sentimentos, pensamentos e lembranças aparecem. Não julgue, apenas esteja presente. Depois que esse tempo passar você decide se quer comer, mas daí vai comer com consciência, sabendo o que está fazendo, e não tomado por um impulso.

Por isso que a Psicologia busca estimular o contato consigo mesmo. Porque só assim descobrimos descobre quem somos, do que realmente precisamos e, o melhor de tudo, aprendemos a ficar com os nossos sentimentos. No momento em que aprendemos a ficar com as nossas sensações ao invés de fugir delas descobrimos que elas não são tão tenebrosas assim. Perdemos o medo e aproveitamos os sentimentos para que eles nos mostrem o caminho do que precisamos conhecer, aprender ou modificar.

Leia também: A DIETA QUE DA CERTO X A DIETA QUE DA ERRADODIETAS NÃO FUNCIONAM


2 de mai. de 2014

Reunião Especial sobre Ansiedade



As reuniões vão acontecer na semana do dia 5/05/2014

segunda-feira: 14h
terça-feira: 13h
quinta-feira: 11h
sexta-feira: 19h


8 de abr. de 2014

Comendo Escondido


Estou acompanhando e adorando esse novo PROGRAMA do canal Discovery Home and Health.


            

Para quem não conhece, o programa se propõe a acompanhar pessoas que não conseguem entender porque estão acima do peso. Alguns participantes acreditam que comem bastante, mas não a quantidade que justificaria o grande aumento de peso. Mas a maioria dos participantes é capaz de jurar "de pés juntos" que pratica uma alimentação extremamente saudável.

Por 5 dias, a equipe do programa se propõe a acompanhar os participantes, utilizando câmeras de vídeo instaladas em suas casas e "detetives" que os acompanham durante a sua rotina do dia a dia.

Resultado final: os participantes acabam tendo que se dar conta de que comem muito, mas muito a mais do que imaginavam. Encontramos diferenças gritantes de percepção como no caso de um dos participantes que acreditava comer em torno de 2000 calorias por dia quando na verdade comia 5300. Ou mesmo da outra participante que jurava não comer e nem gostar de doces e que foi flagrada devorando 5 barras de chocolates por dia.

Mas o que acontece com essas pessoas? São mentirosos compulsivos?

Não.

A Psicologia demonstra que nossa personalidade é muito maior do que aquilo que conhecemos a nosso respeito e que possuímos a capacidade de esconder de nós mesmos tudo aquilo que julgamos feio, errado e doloroso. E  todos esses "defeitos" acabam na nossa Sombra. 

E é aí onde mora o problema.

Se estamos inconscientes desses nossos lados, como vamos transformá-los? Se eu acho que como corretamente e como pouco como é que vou perder peso?

Impossível.

O primeiro passo para a transformação de qualquer comportamento é a consciência de que ele existe. E nesse sentido esse programa acaba sendo genial pois faz com que os participantes sejam obrigados a encarar a realidade. E por mais doloroso que seja, é somente encarando a verdade que começamos a nos libertar das nossas próprias armadilhas.


Leia também: Dia da MentiraMudar dóiDiario Alimentar

19 de fev. de 2014

Educando os filhos para o futuro


Um dos sentimentos mais marcantes que experimentamos quando nos tornamos pais é o da responsabilidade. Com o tempo nos damos conta do papel que temos no desenvolvimento dos nossos filhos e é natural que isso gere certa insegurança. Não há consenso sobre o que é melhor em termos de educação e o fato de existirem diversas teorias a respeito deixa essa insegurança ainda maior.

O que a Psicologia tem a dizer sobre educação?

A Psicologia tem como base a visão de que todo ser humano é único e que cada um será mais feliz se conseguir ser quem é, respeitando a sua essência.

A Psicologia Analítica acredita que todos nós somos dotados de diversos potenciais, sendo que uns são mais desenvolvidos do que outros. Podemos observar isso em crianças muito pequenas que já demonstram facilidade com algumas tarefas e dificuldades para outras. Por isso  o desenvolvimento das crianças nunca é exatamente igual.

Para que o trabalho de desenvolvimento seja proveitoso é importante observamos quais são os potencias de cada um. Precisamos sempre comemorar aqueles que já estão assimilados e estimular aqueles que ainda precisam ser desenvolvidos.

Os aspectos emocionais precisam ser identificados da mesma forma que as habilidades motoras e intelectuais. Algumas crianças se mostram mais confortáveis em algumas situações e lidam melhor com determinados sentimentos. Podemos encontrar uma criança mais extrovertida que não demonstra dificuldade em enfrentar situações novas enquanto outra pode ficar extremamente insegura diante das novidades. E é por isso que cada criança precisará de um estimulo diferente. A primeira precisará aprender a avaliar melhor situações desconhecidas antes de se entregar a elas enquanto a segunda precisará desenvolver mais confiança para experimentar as novidades. E aí é que mora o perigo quando recorremos a alguns manuais de educação, principalmente aqueles livros cheio de regras que tratam as crianças como se elas fossem todas iguais e precisassem do mesmo tipo de estimulo.

Você pode ler num livro que criança precisa aprender a dormir sozinha, custe o que custar. Se o seu filho já desenvolveu a noção de que estar sozinho não é ficar abandonado e de que os adultos somem mas depois reaparecem, tudo bem. Você estará estimulando uma habilidade nova na sua personalidade. Mas e se o seu filho for uma criança que ainda não chegou nesse estágio e precisa de mais tempo na sua companhia antes de aprender a dormir sozinho no berço? Você vai impor uma experiência que ele ainda não pode suportar só porque alguém escreveu que precisa ser assim?

O que quero mostrar aqui é que NÃO EXISTE REGRA. Uma atitude que é boa para o desenvolvimento de uma criança pode ser péssima para o desenvolvimento de outra. E uma atitude que é boa para um determinado momento pode não ajudar na educação no momento seguinte. Cada estágio é único.

Os pais precisam desenvolver uma sensibilidade para enxergar os seus filhos individualmente, com suas necessidade específicas para aquele momento da vida. Precisam confiar na sua intuição, ter coragem para experimentar e também para voltar atrás. Nem sempre a gente acerta, o importante é ter humildade para aprender e reparar o erro com uma nova atitude. Será a própria criança quem irá nos guiar nesse processo.

Educar um filho para o futuro é prepará-lo para a vida, ajudando no DESENVOLVIMENTO DE TODOS OS SEUS POTENCIAIS





11 de fev. de 2014

Dietas não funcionam


Ou melhor, funcionam por um tempo determinado.

Em todos esses anos que trabalho com obesidade atendi centenas de pessoas com a mesma história. Emagreceram 10, 20, 30 kg durante a vida, mas ganharam tudo de novo...e um pouco mais. O que nos leva a concluir que o difícil não é perder peso  mas sustentar uma mudança de vida a longo prazo.
Não é a toa que o mercado de dietas movimenta bilhões de dólares. Infelizmente, as pessoas não percebem que acabam consumindo dietas da mesma forma que consomem comida: compulsivamente.

Isso acontece por alguns motivos que a Psicologia pode explicar:

1.       As dietas são sempre restritivas
Reduzem carboidratos, ou glúten, ou lactose, ou gorduras etc. Mas quem tem problemas com a comida termina em um episódio de compulsão alimentar toda vez que se coloca em restrição. Restrição causa compulsão porque tendemos a compensar qualquer atitude radical e unilateral que tomamos na vida. E daí o ciclo vicioso: restringimos – perdemos peso – entramos em compulsão – ganhamos peso de novo.

2.       As dietas se vendem como uma solução milagrosa
Quando vivemos um conflito psicológico temos a sensação de que somos impotentes diante daquilo que nos causa angústia e assim acontece com quem come demais e se sente paralisado entre o desejo de emagrecer e o impulso de comer. Quem vivencia esse conflito acaba fragilizado e fica mais fácil de ser convencido que uma nova dieta pode ser a solução mágica para os seus problemas. E a indústria se aproveita disso.
Mas a solução mágica não existe. Enquanto o conflito não for resolvido não haverá mudança a longo prazo.

3.       Dietas não ensinam a lidar com as emoções
Quem come demais não faz isso porque tem fome. Quem come além da conta está interpretando mal as sensações corporais ou está buscando alívio para algum desconforto emocional. E enquanto não aprender a lidar com isso voltará a comer compulsivamente em algum momento da vida.

Algumas dietas funcionam temporariamente e acabam nos ensinando algo sobre nutrição. Devemos aproveitar o que há de bom nelas mas continuar a buscar uma mudança mais profunda e eficaz.

Só nos conhecendo melhor é que realmente conseguiremos nos transformar.

3 de dez. de 2013

"Vista quem você é" : a moda em parceria com o autoconhecimento!

“ Querida Cris,

Terminei hoje o seu livro...que delícia.

Que delícia acompanhar a sua jornada e constatar a linda mulher que se tornou.

Como não lembrar de você, nos nossos 20 anos, me arrumando para sair: o lenço vai aqui, o colar ali, o cinto acolá...enquanto eu, pasma, tentava acompanhar a agilidade com que você fazia tamanha transformação. E pensar que naquele tempo você cursava Engenharia! Já estava na cara que aquela não era bem a sua praia, só faltava coragem para assumir uma profissão que naquela época ainda era tão desconhecida.

Ter um senso estético apurado já fazia parte da sua personalidade. São aqueles aspectos que podemos chamar de dom. Ser doce, amiga, bem humorada e divertida também. E então, você uniu tudo isso ao conhecimento sobre estilo e se transformou no que toda mulher precisa: a amiga honesta e carinhosa que é capaz de apontar o erro sem machucar, já que logo de imediato apresenta soluções para o problema. Afinal, de que adianta apontar o dedo só pra criar angústia, né?

Que delícia poder compartilhar e concordar com as suas idéias.
Que delícia ver que um grupo de mulheres ( “alô” Alê Sanchez) vêm se desenvolvendo para trazer ao nosso coletivo uma nova visão do que é beleza, amor, empatia e felicidade.

Que delícia poder sentir mais colaboração do que competição, mais construção do que destruição, mais feminino do que masculino.

Durante esse tempo que não nos falamos me tornei psicóloga e comecei a trabalhar com mulheres de todos os tipos e em diferentes fases da vida. Apesar de trabalhar também com Obesidade (Obesidade de verdade, com tratamentos, cirurgias, remédios e etc) não foi com as mulheres obesas que me surpreendi. Posso te contar que passei esses últimos 14 anos de formada (nossa!) ouvindo sobre a insatisfação que TODAS as mulheres que cruzaram o meu caminho têm consigo mesmas.

Que pena que hoje em dia essa insatisfação ainda é tão confundida com a estética. Pena que é o nosso corpinho, coitadinho, que passa a ser o culpado pelo buraco que está muito, muito mais embaixo.

Nós mulheres ainda temos dificuldade de compreender que a imagem que vemos no espelho não é real, mas sim um reflexo do que sentimos por nós mesmas. E perdemos muito tempo tentando consertar o que não se conserta pois a angústia não vem da matéria, mas sim da alma.

Ainda não compreendemos que essa insatisfação é resultado da dificuldade que  temos de reconhecer e atender as nossas necessidades mais profundas.  

E é em cima dessa nossa angústia que muita gente ganha a vida tentando vender a felicidade associada a imagem ideal. Quem não se dá conta desse conflito entra na busca desenfreada por aquele corpo, cabelo, sapato, bolsa, maquiagem, jóia, dermatologista, nutricionista, personal, suplemento, academia (afe!) acreditando que através deles conseguirá atingir uma sensação de paz consigo mesma. Que pena que boa parte de nós ainda está procurando esse sentimento no lugar errado.

E não falo contra a beleza, a vaidade e o cuidado já que quem desenvolve amor por si mesma se trata da melhor forma possível.  Falo da angústia que criamos quando  desejamos ser outra pessoa.

No fundo o que a gente quer é apenas se sentir bem dentro da própria pele. Se sentir confortável com as nossas ações, com os nossos pensamentos e com as nossas escolhas para poder sentir orgulho de quem somos.

E que delícia observar que uma parcela de nós mulheres está batalhando para mostrar às outras que existe um outro caminho para ser feliz e que esse caminho está na busca de quem se é e não de quem gostaríamos de ser.

E quem diria que a moda pode ser parceira de todo esse desenvolvimento.

A mesma moda que fere, que frustra e que detona a autoestima também pode ser usada para  fazer com que a gente se sinta bem sendo quem a gente é.

E que bom que vocês puderam ensinar isso pra gente. Existe coisa melhor pra uma psicóloga do que poder ler: VISTA QUEM VOCÊ É?

Que delícia!

Saudades,

Flá”

"Vista quem você é" - Cris Zanetti e Fê Rezende - Casa da Palavra

1 de jul. de 2013

Conversando sobre Transtornos Alimentares - Portal Rede TV


Na sexta feira dia 28 fui conversar sobre Transtornos Alimentares com Stella Freitas.

Falamos sobre Anorexia Nervosa, Bulimia, Compulsão Alimentar, Complexos Psicológicos, sentimentos e auto conhecimento.



A entrevista pode ser vista em 4 partes.

PARTE 1

PARTE 2

PARTE 3

PARTE 4

19 de out. de 2011

Balão Intragástrico é liberado para quem tem sobrepeso


Agora o procedimento do Balão Intragástrico também poderá ser utilizado por pessoas com sobrepeso, como mostra reportagem de MARIANA PASTORE na Folha de São Paulo de 6/10/11:

"A Allergan chamou a imprensa ontem para anunciar que a vigilância ampliou o acesso ao balão gástrico. Inicialmente indicado para obesos, com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30, o procedimento já pode ser feito por quem está com sobrepeso e IMC acima de 27.
O cálculo do IMC é feito dividindo o peso (quilos) pelo quadrado da altura (metros).
O balão é colocado por endoscopia e é temporário. O objetivo é aumentar a sensação de saciedade por meio do volume no estômago. "É uma opção menos invasiva e não medicamentosa para pacientes que não querem fazer redução de estômago", explica o médico José Afonso Sallet, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Um estudo com 573 pacientes com sobrepeso, publicado na revista "Obesity Surgery", mostrou que, após seis meses com o balão, os pacientes perdem metade do peso excedente e têm uma uma redução de 5,3 pontos no IMC. Obesos podem perder até 12% do peso inicial, segundo o cirurgião.

TENDÊNCIA

A ampliação da indicação segue a tendência observada nos Estados Unidos.
A FDA (agência reguladora de remédios) passou a permitir, em fevereiro, que pessoas com IMC a partir de 30 e doenças causadas pela obesidade se submetam à colocação de banda gástrica, aparelho que estrangula o estômago. Antes, o IMC mínimo para realizar o procedimento era de 35."

É importante lembrar que, como todo procedimento cirúrgico para o tratamento da obesidade, o balão exige comprometimento do paciente e deve ser encarado como um facilitador para a modificação de um estilo de vida. Assim como nas outras técnicas, o tratamento pode não funcionar se o paciente ingerir alimentos líquidos e muito calóricos como doces e bebidas alcoólicas.

21 de mai. de 2011

A dieta que dá certo x A dieta que dá errado

Ontem, fui entrevistada por pesquisadoras que buscam descobrir como um programa de emagrecimento pode ser mais efetivo e achei que seria legal resumir sobre o que conversamos aqui no blog. Durante nossa conversa, busquei as respostas tanto nos anos de prática como na minha pesquisa sobre o que influencia o sucesso do tratamento após a colocação da banda gástrica.

Vamos lá!

1. Aprendizado

Se você está buscando emagrecer precisa, em primeiro lugar, adquirir conhecimento. Antes de qualquer coisa, deve descobrir o que está fazendo você engordar (o exercício do diário alimentar ajuda muito). Depois, terá que aprender como pode fazer mudanças para uma alimentação saudável e viável. Aprendizado nunca é demais e muitas informações são difíceis de serem absorvidas. Muita gente não sabe, por exemplo, que legumes como cenoura e beterraba, quando cozidos, funcionam como carboidratos, aumentando o índice glicêmico no sangue e obrigando o seu corpo a produzir mais insulina. Ou mesmo que a farinha integral é mais saudável que a refinada, porém, pode engordar da mesma forma se for ingerida em quantidade. Procure um nutricionista, leia, pergunte. Assim fica mais fácil fazer escolhas corretas.

2. Empatia

Sim, você precisa gostar do profissional que está te orientando. Quem gosta da equipe tem melhores resultados. Se não foi com a cara do seu endocrinologista, personal trainer, nutricionista, psicólogo, etc…mude.

3. Motivação

O motivo que te faz buscar o emagrecimento está diretamente relacionado com o sucesso que você terá no tratamento. Está comprovado que quem busca emagrecer porque tomou um susto com um problema de saúde tem mais sucesso do que quem busca emagrecer para ficar mais bonito. Compreender como a gordura afeta o funcionamento do seu organismo e te coloca em risco pode ajudá-lo na mudança de estilo de vida.

4. Estresse

As pessoas que estão buscando emagrecer e que acabam passando por situações estressantes tendem a abandonar o tratamento com mais facilidade. Isso acontece porque comer é uma forma de lidar com sentimentos desconfortáveis. Se você não aprender a suportar desconforto, a buscar outras formas de prazer e a acolher suas emoções terá mais chances de ganhar peso quando a vida trouxer um desafio. Invista nisso.

5. Responsabilidade

Tendemos a culpar fatores externos pelo nosso sofrimento. E, muitas vezes, situações difíceis podem até explicar o comer demais mas não nos fazem mudar. As pessoas que culpam a família, a falta de tempo, a dieta escolhida e o trabalho têm mais probabilidade de ter insucesso no tratamento afinal, mudar o mundo é muito mais difícil do que mudar a nós mesmos. Para ter sucesso na mudança do estilo de vida você precisa querer se transformar. Portanto, mude o seu jeito de pensar: você não é vítima por não poder comer tudo o que quiser. Você pode comer de tudo e pagar o preço de ganhar peso. Se você não quer engordar e por isso, abre mão de alguns prazeres, você está fazendo uma escolha e quando escolhemos, não sofremos tanto assim. Você é livre para viver a vida como quiser!

6. Mudando os conceitos

A maioria das pessoas que quer emagrecer já fez diversas dietas, emagreceu e voltou a engordar. Dentro delas existe um conceito mais ou menos assim: ou eu estou de dieta, fazendo tudo certinho, ou eu estou “apavorando”, comendo tudo o que eu não deveria comer quando estou de dieta (a famosa "jacada"). Como eu sei que já, já estarei em privação, automaticamente começo a estocar alimentos “proibidos”. Se você está de dieta e come um chocolate, entende que estragou o processo e por isso tende a comer tudo o que acha que não deveria até o fim do dia (e isso engorda). Se você busca comer de forma saudável e resolveu comer um chocolate…tudo bem. Tem dias que são mais difíceis, a gente busca um carinho e segue adiante. Não precisa fazer estoque de doce porque “amanhã não vou mais poder comer”.

Portanto, o que dá errado é justamente fazer dieta. O que precisa ser transformado é o conceito porque dieta é algo que tem começo, meio e fim, e um jeito novo de viver bem deve durar para sempre.

7 de abr. de 2011

Sobre o massacre na escola do Rio de Janeiro


Há três semanas escrevi um post sobre violência. Lá, guiada pelas imagens de dois filmes atuais, refleti sobre como a violência se instala e, o mais importante, o que nós podemos fazer para lidar com essa potência pertencente a todos nós.


Hoje, como todos os brasileiros, acordei com uma notícia triste. O massacre na escola do Rio de Janeiro tem precedentes em outros países mas ainda não havia ocorrido aqui, tão perto de todos nós.


Como já escrevi, acompanhar uma história coletiva através do enredo da vida de uma pessoa nos permite criar empatia e assim, assimilar melhor tudo o que acontece a nossa volta. E hoje, é isso que está acontecendo com todos os brasileiros.


Agora a loucura, a psicopatia e os serial killers também fazem parte da nossa sociedade. Não que já não estivessem por aqui mas agora está tudo mais claro, escancarado e consciente.


Sim, socialmente, estamos doentes. E o mais dolorido é observar que são as nossas crianças que estão pagando o preço por uma forma de viver que não está funcionando muito bem.


Nos filmes que relatei, encontramos histórias que mostram como a violência se agrava dentro de cada um de nós. A violência é uma potência humana que, em muitos momentos, até nos auxilia na nossa legítima defesa. Mas, como a observamos agora, está fora de proporção, ou melhor, fora de propósito.


Sim, por trás de toda violência existe uma história de vida, uma dor, um machucado. Por trás de todo ato violento existe um trauma.


Vivemos a nossa vida e vamos reproduzindo tudo com o que entramos em contato. As crianças possuem a sua natureza e vão sendo estimuladas de acordo com o que encontram no caminho.


Imagino que a violência pela qual esse assassino passou na vida seja igual ou maior do que aquela que ele causou.


Triste, muito triste.


E o que podemos fazer com isso? O que nos resta além de ficar em pânico tentando proteger as nossas crianças da vida?


Refletir e nos responsabilizarmos. Refletir para nos responsabilizarmos por tudo que está a nossa volta.


Sim, são com nossos pequenos atos do dia a dia que incentivamos ou combatemos a violência. É na nossa vida privada que podemos modificar as nossas relações, estimulando o contato, o carinho, o respeito e, principalmente, nos dando conta da responsabilidade que temos por tudo o que podemos causar na vida dos outros que nos cercam.


29 de mar. de 2011

Cirurgia Bariátrica e Diabetes tipo 2

Segue uma reportagem com boas notícias. Quem está na área, acompanha os benefícios do tratamento cirúrgico em relação ao diabetes tipo 2 há muito tempo, mas ainda faltavam algumas regulamentações para que os pacientes sem obesidade mórbida (IMC<40) pudessem se beneficiar da técnica.



"Nessa segunda feira, dia 28 de março de 2011, durante o II Congresso Mundial de Tratamento do Diabetes tipo 2 em Nova York, um grupo de experts em diabetes e cirurgia bariátrica do IDF (International Diabetes Federation) definiu seu posicionamento em relação ao uso da Cirurgia Bariátrica no tratamento de pessoas com Diabetes tipo 2.


O documento reconhece a associação de diabetes e obesidade como o maior problema de saúde pública da história da humanidade, com uma previsão assustadora de que os 300 milhões de doentes atuais alcancem 450 milhões até 2030. Esses dados revelam a grande ineficiência dos programas de saúde pública mundial na prevenção do diabetes e uma nítida associação do crescimento dos casos de diabetes em relação aos casos de obesidade. Na verdade, as duas doenças caminham juntas.


De acordo com o novo documento, as pessoas com obesidade e diabetes consideradas candidatas à cirurgia de redução do estômago são os pacientes que não alcançarem as metas de controle glicêmico com o uso de medicamentos, especialmente quando há doenças sabidamente associadas à obesidade e ao diabetes. Nesses casos, os pacientes com IMC ≥ 35 tem indicação dita prioritária e aqueles com IMC ≥ 30 passam a ser candidatos ao procedimento. Além disso, a cirurgia bariátrica passou a integrar o protocolo primário de tratamento do diabetes com IMC ≥ 35, ou seja, passou a fazer parte das primeiras opções de tratamento da doença. Os adolescentes com 15 anos ou mais também foram citados no documento e para eles, a cirurgia está indicada em IMC ≥ 40 ou 35 associado à comorbidades.


Em nenhum momento o trabalho citou a cura do diabetes, assim como estamos conscientes que ainda não podemos falar em cura para a obesidade. Mas os resultados são animadores. A melhora dos parâmetros metabólicos do diabetes, possibilitando a redução ou até a suspensão dos medicamentos, ocorre mesmo antes de se conseguir a perda de peso, indicando que a melhora da glicemia decorre do próprio procedimento cirúrgico, além da perda de peso que ele induz. Uma vez que a cirurgia bariátrica é uma intervenção que induz a um quadro de desnutrição programada, os pacientes submetidos a ela devem ter acompanhamento médico e nutricional contínuo, ao longo se suas vidas. Isso se deve ao fato de que, mesmo quando a perda de peso for interrompida, eles continuam absorvendo muito mal alguns micronutrientes e continuam a desnutrir progressivamente.

Logo, ainda não estamos diante da cura da doença. "


fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br

19 de mar. de 2011

“Em um mundo melhor” e “Incêndios” entre o individual e o coletivo

Quando comecei minha “fase Oscar 2010” comentando sobre o “Cisne Negro”, achei que não esbarraria em outro filme tão intenso. Ledo engano! Essa parece ter sido a temporada de filmes mais tocantes dos últimos tempos. Um atrás do outro: “127 horas”, “Poesia”, “Biutiful”, “Incêndios” e enfim, “Em mundo melhor”.

Será que estamos tão anestesiados que a arte vem prestar esse serviço ao nos acordar para o que está acontecendo ao nosso redor? Acho que sim.

A Psicologia está mais acostumada a estudar, analisar, interpretar e trabalhar com a vida individual do que com a coletiva e já foi muito criticada por isso. Mas a Psicologia de Jung sempre esteve voltada para o coletivo, isso porque Jung via no indivíduo a manifestação ou atualização de potências coletivas, pertencentes a todos nós: os arquétipos. E acreditava também que a mudança do coletivo aconteceria através de cada indivíduo.

No cinema é comum assistirmos tramas que têm como pano de fundo os conflitos de uma nação ou de uma época. É interessante como observar esses conflitos através da vida privada nos auxilia a absorver melhor uma história coletiva. Parece que só assim conseguimos nos identificar, nos colocando no lugar do outro e podendo experimentar na pele o clima ao redor.

Por outro lado, podemos também ter a oportunidade de refletir como cada um de nós é responsável pela realidade que vivemos.

Tanto em “Incêndios” como “Em um mundo melhor” acompanhamos histórias que têm como pano de fundo conflitos, guerras e violência. E ambos os filmes conseguem mostrar como um ato violento possui um história que começa na vida privada.

Esses filmes mostram a estreita conexão entre a violência e o abandono, entre a raiva e o desamparo. Tanto em “Incêndios” como “Em um mundo melhor” vemos o retrato de uma geração de pais tão mal resolvidos com as suas próprias vidas que seria impossível esperar que amparassem os próprios filhos. E é na ausência desses pais que a dor começa a nascer, se transformando em ódio e depois, em atos violentos.

“Em um mundo melhor” mostra a imagem de um desses pais salvando vidas na África. Esse médico herói e sensível, consegue olhar com tanta ternura para os meninos que correm atrás do seu caminhão mas não consegue se conectar com o próprio filho que está só e desamparado na Dinamarca.

Paramos para pensar: de que adianta então salvar as vítimas da violência na África se dentro de casa, no outro lado do mundo, criamos espaço para os próximos violentos se desenvolverem? Como modificar o macro sem pensar no micro, que está aqui ao nosso lado?

São belíssimos filmes nos mostrando como a violência não está restrita à zonas de guerra e está aqui, dentro de cada um de nós, no nosso dia a dia. Eles mostram como o coletivo nada mais é do que a soma de atitudes individuais e que para modificar o todo não há outra forma a não ser começando aqui: dentro de casa!

1 de mar. de 2011

Fome psicológica na RedeTv!

A fome psicológica é a confusão que fazemos entre um desconforto emocional e a fome fisiológica.



Isso acontece pois fome, desconforto, sofrimento, ausência, abandono são temas relacionados em nossa memória, enquanto que conforto, alívio, aconchego e prazer estão associados à comida.


Além disso, as sensações físicas das emoções normalmente aparecem na mesma região do aparelho digestivo: travamos o maxilar quando sentimos raiva, sentimos um nó na garganta quanto estamos triste e um vazio no peito quando estamos insatisfeitos com a nossa própria vida.


Para que uma reeducação alimentar tenha sucesso é muito importante realizar um tratamento que auxilie na discriminação das sensações e no desenvolvimento de habilidades para lidar com elas.


Escrevi mais sobre esse assunto em Emoções e Obesidade

13 de fev. de 2011

“Cisne Negro” e a dissociação da personalidade

Cisne Negro é um dos melhores filmes que já assisti. É daqueles filmes que precisamos assistir com o peito aberto, sem medo de experimentar as sensações que ele nos provoca. Porque ele atinge, e muito.

Entre vários aspectos interessantes da trama, Cisne Negro mostra como acontece o processo que Jung chamou de dissociação da personalidade.

Como já comentei em "Quando os outros incomodam", todos os lados que não aceitamos em nós mesmos ficam na sombra e por estarem reprimidos tendem a aparecer de forma descontrolada, com muita intensidade.

Nina é a personificação da bailarina: meiga, delicada, bonita e passiva. Ela busca obsessivamente a perfeição, mas como ninguém é perfeito a sombra tende a aparecer, por mais que ela tente escondê-la.

A protagonista é uma garota tiranizada pela mãe e pelo diretor do espetáculo, mas não consegue se defender pois dentro da sua personalidade não cabe a mulher agressiva e ativa, cabe apenas a menina meiga.

A jovem passa o filme lutando contra as suas unhas e as marcas que elas deixam nas suas costas, pois não consegue controlar a compulsão por se coçar. Esse sintoma parece ser a única forma da sua agressividade se manifestar mas Nina tenta reprimi-lo, cada vez mais, podando as suas garras com tesouras e lixas de unha.

É assim que acontece o movimento de autorregulação da psique, que busca compensar as nossas atitudes unilaterais. Quanto mais rigidez na consciência, mais descontrole no inconsciente.

Na busca por viver o Cisne Negro ela precisa entrar em contato com a sua sombra e em tudo que lá habita. Porém, por estar tão distante desses lados da sua personalidade acaba sendo tomada por eles. E se perde.

Por não ter familiaridade com a mulher transgressora e agressiva que vive dentro de si, Nina não consegue sair ilesa do flerte que iniciou ao buscar inspiração.

A agressividade que deveria estar sendo utilizada em sua legítima defesa está tão inconsciente que assume vida própria e acaba voltando contra si mesma.

Na luta contra a própria sombra, Nina não reconhece que a outra é ela mesma e que ao matá-la está acabando com a sua própria vida.

Triste, intenso, emocionante, Cisne Negro mostra como é importante buscar a proximidade e a familiaridade com todos os lados da nossa personalidade para não nos tornarmos vítimas daquilo que não aceitamos em nós mesmos.