Uma das maiores dificuldades de quem está tentando emagrecer
é diferenciar as sensações de fome e de vontade de comer.
A fome aparece quando o nosso organismo precisa da energia
para sobreviver. Quando ela chega podemos sentir tonturas, fraqueza e o
estômago “roncando”. A fome é uma necessidade
que precisa ser atendida.
A vontade de comer vem do nosso desejo por algum alimento,
provavelmente porque ele nos trará prazer. Podemos descobrir se estamos com
fome ou com vontade de comer ao observarmos se estamos escolhendo um tipo de
alimento. Quando temos fome, comemos qualquer coisa, até mesmo aquele alimento
que não gostamos muito. Já quando estamos com vontade de comer, buscamos um alimento específico.
Quando estamos com
fome e comemos, ficamos satisfeitos. Quando a gente come e o desconforto não
vai embora, aquilo que estávamos sentindo não era fome. Quando estamos com
desejo por algum tipo de alimento e comemos, nos sentimos satisfeitos. Se a
satisfação não aparece, aquele “desejo” não era vontade de comer. O que poderia
ser, então? Fome emocional?
A fome emocional é aquela sensação parecida com a da fome ou
da vontade de comer, mas que está relacionada com uma necessidade psicológica. Mas, por que confundimos essas sensações?
As nossas emoções produzem sensações corporais que podem ser muito parecidas com aquelas que
experimentamos no aparelho digestivo: quando sentimos raiva, nosso lado
instintivo tenciona as mandíbulas se preparando para morder. Quando estamos angustiados,
sentimos um nó na garganta. Quando ficamos ansiosos, precisamos nos movimentar.
Quando ficamos com medo, sentimos o estômago revirar.
Se não somos treinados
a identificar essas sensações corporais, acabamos confundindo todas elas
com a fome e buscamos a comida, ao invés de dar ao nosso corpo o que ele
realmente precisa. Esse comportamento acaba sendo reforçado porque comer libera,
parcialmente, a tensão que sentimos: ao mastigar um punhado de amendoins,
relaxamos o maxilar tenso de raiva. Ao engolir uma fatia de pizza, relaxamos
aquele nó na garganta, aquele “sapo entalado” da nossa angústia. Ao levantar do
sofá e ir até a cozinha diversas vezes, movimentamos o corpo ansioso. E assim,
criamos uma solução momentânea para
o desconforto relacionado àquelas emoções.
Além disso, a comida também pode se tornar o símbolo de uma
solução para algum conflito existencial. Como a psique fala através de metáforas, corremos o risco de
interpretar de maneira concreta uma necessidade que é emocional.
Se ficamos entediados e nossa vida está sem objetivos,
podemos confundir o vazio de sentido
com o vazio do estômago. Se estamos tristes, podemos buscar a alegria em um
chocolate, já que desde pequenos associamos doces a momentos festivos. Se nos
sentimos presos, sufocados, podemos quebrar a dieta como uma forma de nos
sentirmos livres. E por aí vai.
Fazendo isso, uma pessoa pode usar a comida na tentativa de se
sentir melhor em relação aos conflitos emocionais, mas como não atende a
necessidade real do organismo, a sensação de desconforto não vai embora. Sem
saber o que fazer, podemos seguir comendo o tempo todo sem entender por quê.
A saída está no autoconhecimento. Desenvolver consciência
corporal e autoconhecimento é muito importante para quem quer emagrecer. Só
assim a gente pode escutar o nosso corpo, entender o que ele está pedindo e dar
ao nosso organismo o que ele realmente precisa. Assim a gente fica satisfeito
de verdade.
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